Descendo a minha ladeira,
em frente à minha casa,
passa o vendedor
com seu grito antigo, secular,
que nas Laranjeiras
da minha infância eu ouvia.
Mal sabe ele,
que nas Laranjeiras
da minha infância eu ouvia.
Mal sabe ele,
que ao tentar vender vassouras,
me deu de presente
os distantes dias do passado.
Coisas de Santa Teresa.
Coisas de Santa Teresa.
Esqueço o que eu pensava,
me perco nos labirintos do tempo.
Que se danem
os Minotauros da realidade!
Subo a ladeira correndo,
chego na pracinha
e meus amigos de infância
me esperam para a pelada.
Me prometo e mesmo juro,
vou marcar o gol da vitória
contra o time da outra ladeira
e serei carregado em triunfo.
Treinarei todos os dias.
Assim vou me tornar
o craque da pracinha.
Quando eu crescer
vou jogar no Botafogo
e antes que a vida vire verdadeira
e antes que a vida vire verdadeira
e me retire dos labirintos do tempo,
ou que os Minotauros
com sua cruel realidade me devorem,
com sua cruel realidade me devorem,
acreditem, serei convocado
para a Seleção Brasileira.
Maurício Porto
Rio, 22 de junho de 2011
Do meu livro - Ladeiras do Silêncio.
Para o genial Jairzinho que tantas alegrias me deu
no meu querido Botafogo e na Seleção Brasileira.
no meu querido Botafogo e na Seleção Brasileira.
Em memória de Luiz Eduardo Paes Leme, o Dudu,
meu grande amigo, botafoguense e o maior craque
das nossas peladas na Rua Tibagí, nas Laranjeiras.
meu grande amigo, botafoguense e o maior craque
das nossas peladas na Rua Tibagí, nas Laranjeiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário